sexta-feira, junho 01, 2007

1 de Junho de 2007, 3:20 a.m

Procuro condensar o que escrevo para que daí as emoções brotem com maior força. Mas, ao condensar, torno-me vaga, sem que o sentido das palavras realmente se liberte e se torne explícito. Por isso, estava na hora de fazer um pequeno reparo a esta minha acção condensadora e, temporariamente, pô-la de lado para deixar a corrente da consciência se espalhar indefenidamente por esta tela.

Nada mais fácil, nada que possa aliviar mais! Deixar-me escorrer, sem medo de escrever, sem medo do golpe que o significado condensado provoca em nós. Simplesmente, fluir...finalmente, deixar-me respirar: O2, o significado; CO2, o significante.

Quantas vezes, inalo esse ar de significados e sinto que me fazem viver, pela necessidade que sinto de significar o mundo! Também criei alguma imunidade aos gases tóxicos, mas deles sofro sequelas irreparáveis e que para sempre me atormentarão. O significante, inale-o quem quiser, tantas vezes em excesso, poluído, deturpado, injectando para o seu interior significados menos próprios, ou não, à sua condição de revelador tóxico, cómodo e viciante.

Ao esforçar-me acabo por fazer o contrário do que me propus. Acabo de criar uma metáfora, acabo de condensar numa ampola todo o O2 que inspirei, onde a ampola é um invólucro carbonizado, deteorado pelo eterno devir histórico do mundo.

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